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Legado de João Alberto Faria

Fundador do Externato João Alberto Faria

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João Alberto Faria nasceu em Arruda dos Vinhos (1936-2002). Foi professor no Liceu Passos Manuel, em Lisboa. Fundou os Externatos Júlio César (1968, Pontinha) e Irene Lisboa (1973, Arruda dos Vinhos), do qual foi Diretor Pedagógico. Fez parte da Comissão Pedagógica do Centro de Formação Pêro de Alenquer.

Desde cedo, viu-se obrigado a sair da sua vila natal para estudar, pois Arruda oferecia apenas a escola primária. Essa experiência marcou-o profundamente. Após a licenciatura, o seu projeto de vida passou a incluir o desejo de oferecer à juventude do concelho as oportunidades de estudo que ele próprio não teve.

A sua ação pedagógica refletia uma matriz de pensamento sustentada nos valores do humanismo cristão. Tinha uma ideia muito clara do perfil de professor que desejava moldar: docentes com coragem para afirmar os valores que são verdadeiros valores — sem fazer da mediocridade ou do acinzentado das opiniões uma desculpa para não interferir ou para não “ficar mal visto”.

A sua “alegria imensa” era ver a escola mais participada no quotidiano, entendendo que essa participação devia concretizar-se num movimento pedagógico que conferisse ao Externato uma identidade sólida. Modernizou a escola em equipamentos e organização, permitindo ao EJAF alcançar resultados pedagógicos relevantes e amplamente reconhecidos.

João Alberto Faria deixou como herança o legado mais importante que alguém pode deixar: o seu exemplo. No sonho, na perseverança, na obra — ao oferecer à população de Arruda dos Vinhos uma oferta educativa integrada, sustentada numa infraestrutura moderna e bem equipada.

Hoje, passados mais de 50 anos de história, o Externato João Alberto Faria continua a abrir portas a novas gerações, que seguem o percurso traçado por um homem que ousou sonhar.

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In memoriam

Quando os Pássaros Voam para o Sul

Quando a pena toca este papel, escorre com a tinta o fio de uma vida. Dir-se-ia que a morte venceu, mais uma vez, com absoluta autoridade.

Ignorante, a morte. Esquece-se que da vida que expirou ficou o sopro da herança no espírito dos homens vivos. “Onde está, ó morte, o teu aguilhão?”, clamou o apóstolo Paulino.

João Alberto Rodrigues Faria faleceu na madrugada do dia 9 de dezembro, mas deixou-nos como legado o mais precioso dos bens: o seu exemplo. No sonho, na perseverança, na obra.

Num dos seus últimos textos públicos escreveu:

“A história de qualquer homem é a história de uma procura, e o mais importante não é o ponto de chegada, mas o percurso realizado para o alcançar.”

João Alberto Rodrigues Faria, por vontade de Deus (porventura desejasse que assim fosse escrito), não alcançou o ponto de chegada, mas deixou todo o percurso preparado para que o alcançássemos.

A maior homenagem que lhe podemos prestar é continuar a sua obra — sem dúvidas, sem tréguas. Homenageando, com o nosso trabalho, o seu exemplo de dedicação a cada um daqueles com quem privou e trabalhou.

Quando os pássaros partem para o Sul, fazem-no em busca da sua primavera, de um lugar melhor onde possam aquecer as asas… e a alma. Crente, este nobre pássaro voou, certamente, para um lugar mais amável — para junto de Deus, a quem amava.

Prof. Orlando Ferreira (dezembro de 2002)

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